Médica psiquiatra, mulher de causas, pragmática, ou “polarizante”, como descreve a filha, Rita Cavagliá. A palavra normal faz comichões a Ana Matos Pires, a mulher que ergueu o serviço de psiquiatria em Beja.
Ana Matos Pires tem hoje a missão de verificar a aplicação dos fundos do PRR para a saúde mental: “é agora ou nunca”, que o Plano Nacional pode sair do papel para a vida das pessoas.
A conversa entre mãe e filha foi gravada numa janela da agitada agenda de Ana Matos Pires, absorvida pelos muitos compromissos da médica psiquiatra. Acertámos para o sábado que antecedeu a votação do Orçamento do Estado, e é por isso que não há referência ao cenário das eleições antecipadas, e nem ao efeito que tal possa ter na aplicação dos dinheiros da “bazuca” destinados à Saúde Mental.
A mulher que se assume como independente de esquerda teria muito para dizer sobre as posições assumidas pelo Bloco e pelo PCP, no debate do OE, e que culminaram no chumbo, que leva agora o país para eleições antecipadas.
Desde logo, é certo que Ana Matos Pires não fará greve caso a paralisação marcada para o mês de Novembro não seja suspensa, a exemplo de outras greves entretanto desmarcadas.
Esclarecido o contexto da gravação, escutamos mãe e filha, duas PSIS, psiquiatra e psicóloga, no embalo terno duma admiração mútua e respeito maior. “Todos nós temos alguma loucura”, consentem as duas, partindo do provérbio português que nos diz que de médicos e de loucos todos temos um pouco.
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UMA QUESTÃO DE ADN
Podem ser irmãos, avós e netos, pais e filhos, companheiros, marido e mulher… São pessoas da mesma família que se juntam para uma conversa em que se fala de tudo. São percursos de vida e testemunhos que atravessam diferentes gerações. O que os une para lá do apelido, o que os separa para lá da diferença de idades.
Na TSF, com Teresa Dias Mendes.
Fonte: TSF